sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Históriada Terapia Floral

Por Rosangela Vecchi Bittar CRT 42435
Título de Especialista em Terapia Floral pela UFPE
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O sistema de saúde baseado nas essências florais mergulha suas raízes na história da humanidade, e no relacionamento que o ser humano estabeleceu com o mundo vegetal. Ao nos debruçarmos sobre a história desse relacionamento, iremos encontrar os grandes precursores desse sistema. Na antiguidade, por intermédio de Zoroastro, civilização persa trouxe-nos uma concepção da realidade enquanto polaridade, enquanto dualidade. O ser humano tomava consciência da Terra e do Céu; distinguia a luz e a contrapunham as trevas. Através da pureza dos atos e pensamentos, ele deveria contribuir para a emergência do bem. Os persas viam a doença como uma invasão do corpo pelos maus espíritos. Numerosas plantas eram utilizadas para expulsar as doenças. A civilização dos povos da Índia, nos primórdios da medicina ayurvédica, as plantas desempenhavam papel fundamental; ao lado do poder terapêutico, possuíam um poder mágico de ordem religiosa e cada uma delas era associada a uma divindade. No século IV da era cristã, Susruta, livro ayurvédico, enumerou cerca de 800 remédios, 700 deles à base de plantas. O mesmo autor refere que a civilização egípcia, e a seguir a grega levou o ser humano na união céu e terra, da união entre o homem e o mundo espiritual. O uso das plantas era bastante difundido no Egito. O terapeuta a um só tempo era médico, sacerdote e mágico, estava em contato com as forças invisíveis da natureza. Os egípcios transmitiram sua visão do mundo à civilização grega – desta, o símbolo mais marcante é a frase do oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”. O homem moderno sente-se muito mais próximo da civilização grega. Os gregos consideravam e, além disso, a civilização grega constitui a base de grande parte dos nossos modos de pensamento. A humanidade era vista como sagrada. Os gregos consideravam a Terra um ser vivo e consciente a quem chamavam de “Gaia”, a mãe universal e divina. A cura do homem era provocada pela intervenção exterior de uma divindade, quer se tratasse do deus Esculápio como Gaia; e a natureza era percebida em sua natureza divina. Aristóteles iria desenvolver a compreensão da natureza em sua teoria dos quatro elementos: água, terra, fogo e ar. Hipócrates o pai da medicina, definiu saúde como equilíbrio dos humores, os quatro fluídos vitais do corpo físico (sangue, bílis amarela, bílis negra e fleuma) que estão diretamente relacionados aos quatro elementos. (DEROIDE, 1992).

No começo do primeiro século da era cristã, baseando-se na obra de Teofrasto, Dioscoride desenvolveu a primeira matéria médica ao escrever sobre as plantas e seus efeitos terapêuticos, estabelecendo o alicerce da farmacologia. As plantas medicinais eram amplamente utilizadas pelos romanos, que receberam profunda influência dos gregos. Plínio, o grego, dedicou oito dos trinta e sete volumes de sua História naturalis às substâncias extraídas do mundo vegetal. No século II Galeno, um dos médicos de maior prestígio da antiguidade aperfeiçoou o pensamento hipocrático. Galeno imaginou que toda substância terapêutica poderia ser quente ou fria, seca ou úmida (DEROIDE 1992).

Com a queda do Império Romano e a invasão pelas tribos nórdicas mergulharam a Europa em muitos séculos de trevas, ao longo do qual irrompeu o cristianismo. Os mosteiros tornaram-se os receptáculos da tradição. Hildegard Von Bingen, monja beneditina do século XII distinguiu-se pelas observações, pesquisas e escritos em áreas diversas como política, medicina e a espiritualidade. Seus trabalhos científicos surpreendem até mesmo em nossos dias, pela qualidade das observações e pela originalidade da sua visão. De arboris complementou os antigos conhecimentos de Teofrasto, Dioscorides, Galeno e Plínio, divulgando propriedades de mais de duzentas plantas; algumas delas, como a arnica, estavam sendo indicadas pela primeira vez. Interessada pelas virtudes terapêuticas do orvalho, Hildegard de Bingen trouxe-nos uma compreensão energética do reino vegetal (DEROIDE 1992).

Paracelso médico e alquimista suíço do início do século XVI, foi o pioneiro com sua compreensão química do mundo, desenvolveu as bases da medicina moderna, da farmacologia e da bioquímica. Foi um dos primeiros a utilizar as substâncias medicinais segundo a lei dos semelhantes, antecipando assim os trabalhos de Hahnemann. Em sua obra também identificamos elementos rudimentares da medicina alopática. Contudo, Sua medicina é uma medicina do coração que integra a sabedoria da natureza, a energia vital e as capacidades espirituais da natureza humana. Foi ele que descobriu a relação existente entre a forma física da planta e suas qualidades interiores, sua essentia.Também estudou a influência dos planetas no reino vegetal e se interessou pelas virtudes terapêuticas do orvalho recolhido das plantas no tratamento dos desequilíbrios dos pacientes. Mas o renome de Paracelso deriva da Doutrina das Assinaturas. Ele percebeu o elo existente entre o macrocosmo da natureza e o microcosmo do ser humano: o homem é parte integrante do Universo onde vive; o homem está em relação de interdependência com todos os elementos que compõem o mundo.(DEROIDE 1992).

O mesmo autor afirma que a Doutrina das Assinaturas mostra-nos que é possível encontrar indicações a respeito das propriedades medicinais das plantas através da observação das similitudes existentes entre a forma de certas plantas e a forma dos órgãos humanos. Embora tenha sido formulada por Paracelso e pelo físico Della Porta, essa doutrina remonta a tempos muito antigos; nós a encontramos na Índia, China e Roma. Paracelso nos diz: “Observamos a planta e percebamos nela a assinatura de sua cura” e mais, mostra-nos que cada planta exerce no lugar onde cresce um “impulso terapêutico” que expressa não somente por seus constituintes internos como também por sua forma, seu porte, seu modo de crescimento, sua cor e perfume.
Goethe, no século XVII, percebeu muito bem o impulso terapêutico. Johann Wolfgang von Goeth é conhecido principalmente pela sua obra literária, mas foi também um notável cientista, reputado pela teoria das cores e interessado na forma e pela evolução das formas no mundo vegetal. Goethe nos ensinou que todas as formas são geradas por um único esquema básico: a planta arquetípica. Ele introduziu a idéia de que, assim como o ser humano, as plantas podem evoluir; com isso, lançaram as bases do evolucionismo uns cinqüentas anos antes de Darwin. A Doutrina das Metamorfoses, Goethe afirma que a essência (ser primordial das plantas, seu arquétipo) manifesta-se na matéria em três etapas evolutivas e, assim, colocou em evidência as forças de contração e de expansão que se expressam no mundo vegetal e permitem que as forças “supra-sensíveis” se manifestarem no plano físico. De semente muito contraída ou o broto, nasce a planta enfolhada; contrai-se novamente no cálice e volta expandir em flor. Contraída, a planta é pouco formada no plano físico, mas possui grande vitalidade. Expandida, a planta desenvolve sua arquitetura no mundo físico, mas perde em energia vital. Uma semente é pouco formada mas transborda em vida; A flor, ao contrário, manifesta a forma acabada, mas bastante efêmera (DEROIDE 1992).

Samuel Hahnemann, médico alemão do fim do século XVIII e contemporâneo de Goethe, foi o criador da homeopatia. Ele ofereceu ao mundo uma nova visão da medicina, na qual a doença é vista como o resultado de modificações na energia vital – essa força vital que está no âmago de todos os fenômenos físicos, emocionais e mentais. O objetivo da homeopatia é curar a doença através da estimulação da energia vital. Hahnemann refutou o reducionismo vigente em sua época e considerou, que na escala humana, a doença possui significação. Observou que certas doenças são especificamente corporais, sem transformação psíquica, enquanto outras são mentais e possuem poucos, ou nenhum sintoma físico.

Rudolf Steiner, filósofo, cientista e pedagogo austríaco estabeleceu as relações fundamentais entre o ser humano e a planta preconizada por Goethe. Ele definiu as correspondências entre os três sistemas fisiológicos que compõem o corpo humano (o neurosensorial, o rítmico e o metabólico) e os três sistemas funcionais da planta (a raiz, a folha e a flor). Insistiu no fato de que a dimensão espiritual deve ser estudada com a mesma disciplina e clareza de espírito que são usadas pela ciência em sua exploração da realidade física. Steiner, estabeleceu uma cartografia precisa do ser humano, descrevendo os quatro elementos que o constituem: o físico (domínio matéria), o etérico (domínio energia vital), o astral (domínio alma, da personalidade) e o Eu profundo (domínio espírito). Para Steiner, assim como o ser humano, a planta é um ser vivo que está sujeito às influências externas, aos ritmos cósmicos e ás variações das estações, do clima e do local.

Bach, nascido em 1886 na Inglaterra, foi o pioneiro moderno das essências florais. Praticou medicina alopática como bacteriologista e depois se voltou para homeopatia antes de se interessar pelas virtudes terapêuticas trazidas por certas flores. Em todos os seus anos de prática, seu objetivo único foi descobrir remédios puros e naturais, uma forma simples de tratamento.

Ao tratar os desequilíbrios mentais e emocionais de seus pacientes, Bach percebeu que a condição física melhorava consideravelmente. Inspirado nos trabalhos de Paracelso, Hahnemann e Steiner, Bach compreendeu que o Sol poderia, através do orvalho, extrair os princípios sutis da flor. Assim, desenvolveu o método de preparação das essências florais que consiste em colocar as flores escolhidas na água pura da fonte e expô-las aos raios solares durante horas. Em 1936, ano de sua morte havia encontrado 38 remédios florais. Reatando os laços com a tradição alquímica de Paracelso, Bach estabeleceu as bases de uma nova abordagem da saúde que só viria realmente a tomar impulso meio século mais tarde.

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